Publicado em 07/10/2016

Um tapete vermelho em meio a obras de grandes nomes da arte brasileira. Uma noite única, em que o Festival do Rio de Cinema expandiu sua geografia para a Barra da Tijuca, e pela primeira vez em uma noite de abertura, reuniu convidados e o público.

A Cidade das Artes foi o local escolhido para a cerimônia que marcou o início da 18a edição do maior encontro do cinema do país. Enquanto a marca do festival brilhava no concreto da construção do arquiteto francês Christian de Portzamparc, as pessoas circulavam entre esculturas de grandes dimensões de Raul Mourão e José Bechara, que viraram a cenografia da festa.

O filme da sessão de estréia foi “A Chegada”, do canadense Denis Villeneuve, renomado diretor dos filmes "Incêndios", "Os suspeitos" e "Sicario”. O publicitário Gustavo Felipe Pereira foi um dos primeiros a chegar no evento. “A expectativa é a mais alta possível. Estou querendo ver esse filme desde que foi anunciado que ele iria participar do Festival de Cannes. Gosto muito de ficção científica, já assisti a todos os trailers e a fotografia está linda!”, contou.

A mestre de cerimônias foi a atriz Cristiane Torloni. No discurso de abertura, a diretora do Festival, Walkíria Barbosa, optou por não falar de sobre cinema e audiovisual. Seu tema foi a intolerância. “Nós que trabalhamos com cultura e entretenimento temos que buscar não sermos intolerantes porque vai contra o que a gente faz, que é arte. A gente vê como as coisas são impermanentes, então sempre devemos dar o que há de melhor no nossos corações”, afirmou arrancando aplausos da platéia.

Ilda Santiago contou que a produção estava muito feliz com essa estréia na Cidade das Artes. “Isso aqui é um grande presente pro país”. “Para nós é um grande prazer poder entregar pra essa cidade global (agora depois das Olimpíadas) um evento como a gente vem construindo nos últimos anos: com paixão, com muito trabalho e com a parceria - mais que isso, com a cumplicidade de muita gente”. A diretora agradeceu os patrocinadores, apoiadores e também o público.

“Não posso deixar de agradecer a todos os produtores e distribuidores que permitem que a gente realize esse grande banquete de filmes pelos próximos 11 dias. E pela primeira vez que temos o público em nossa abertura, nosso agradecimento a ele. São eles que vão encher as salas de cinema e permitir que a gente continue”.

Sobre A Chegada, Ilda contou que é um filme perfeito para a grandiosidade da Cidade das Artes. “Passar esse filme esta noite significa celebrar a carreira de um grande diretor que a gente exibia quando ele ainda fazia filmes em Quebec. É uma celebração do grande cinema. O grande cinema pode vir de qualquer lugar do mundo”, finalizou.

Uma surpresa para a platéia foi quando Rodrigo Saturnino Braga, da Sony Pictures, subiu ao palco e exibiu um vídeo com uma mensagem exclusiva do diretor para a noite de abertura do Festival do Rio. Ele não pôde comparecer ao evento por estar filmando dentro de alguns dias.

“A Chegada é uma historia fantástica e poderosa sobre idioma. Eric Heisserer escreveu o roteiro baseado no conto Story of Your Life, de Ted Chiang e todos os atores - Amy Adams, Jeremy Renner e Forest Whitaker – se apaixonaram. É com muito orgulho que apresento hoje pra vcs o filme”, declarou Villeneuve na gravação.

No filme de ficção científica, o encontro da humanidade com misteriosas naves espaciais que se espalham pelo planeta, sem nenhuma explicação aparente. Uma linguista é contratada para decodificar o idioma dos alienígenas e assim entender a razão deles estarem aqui.

Na saída da sala de exibição, uma escultura pendurada no teto de Angelo Venosa dialogava coincidentemente com os personagens do filme, reforçando a ideia de que o cinema é uma língua universal que pode ser entendida e tocar a todos.






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