Publicado em 05/11/2018

Em cópia restaurada, “Pixote, a lei do mais fraco”, clássico de Hector Babenco (1946-2016) lançado em 1981, ganha nova exibição no Festival do Rio. A sessão, marcada para as 18h10 de terça (6), no Instituto Moreira Salles, será aberta por “Conversa com ele”, afetuoso registro realizado pela atriz e diretora Bárbara Paz, viúva de Babenco. O filme, com 27 minutos de duração, traz um depoimento do médico Drauzio Varella sobre seu saudoso amigo. Bárbara está produzindo um documentário de longa-metragem sobre Hector Babenco e encontro com Drauzio Varella fez parte desse trabalho, mas revelou-se tão forte que ganhou vida própria. Após a sessão, o público está convidado para um bate-papo com Bárbara e a produtora Myra Arnaud Babenco, hoje responsável pela obra do pai. A diretora de “Conversa com ele” fala brevemente sobre seu filme e o documentário em produção.

Você poderia falar um pouco sobre “Conversa com Ele”?

O curta continua sendo parte do documentário sobre o Hector. Quando nós ligamos a câmera e dissemos para o Drauzio falar o que quisesse, ele começou e só parou 27 minutos depois.  O registro daquele momento é uma coisa que talvez só o cinema pode fazer. Aquele instante entre ele e o Hector foi único. Quando se diz que a sétima arte fala por si só, é algo como isso.

Fazendo o documentário, percebi que não poderia nem cortar e nem colocar aquela cena no filme porque ela já era um filme por conta própria. Mostrei para outras pessoas e perguntei o que achavam. Todos se emocionaram e percebi que não era uma coisa pessoal, que aquele material existia por si só. Então eu o transformei em um filme.

Quando acabou esse momento único, todo mundo no estúdio chorava. Se isso aconteceu naquele dia, esse filme não era só nosso naquela sala.

Quais têm sido os desafios para a realização do documentário sobre o Hector Babenco?

Foram muitos desafios no processo. Mas o mais difícil foi estar fazendo com o Hector e perdê-lo antes da hora. Não era um filme sobre ele, mas com ele. Não era alguém falando dele, mas ele falando de si mesmo. Era algo que acabou se tornando meu e dele.




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