Publicado em 08/10/2016

Poucos nomes na história da arte tiveram uma trajetória tão original quanto Eva Hesse. Escapou dos nazistas na Alemanha, imigrou para os Estados Unidos, voltou à Alemanha depois da guerra, morreu cedo demais, aos 32 anos, quase desconhecida do grande público. Mas, em apenas dez anos de trabalho, ela virou um dos nomes centrais da arte americana dos anos 60. Eva Hesse tornou-se uma artista idolatrada por artistas, aquele nome que todos se lembram quando se trata de fazer um balanço exigente da melhor produção artística da efervescente década de 1960. 

Por isto, o primeiro documentário sobre ela (Eva Hesse, de Marcie Begleiter) teve uma grande repercussão entre os críticos: este era um filme longamente esperado para revelar enfim às multidões que frequentam museus pelo mundo a fora os muitos segredos de uma artista de vida trágica e criatividade explosiva.  O crítico A. O. Scott, do jornal The New York Times, indicou o documentário como "um filme indispensável para apreciar uma artista fascinante". J. Hoberman, da Tablet Magazine, falou sobre a experiência de ver o documentário: "O mundo de arte tinha paixão por ela e depois de ver o filme eu também fiquei apaixonado". 

A diretora Marcie Begleiter e a produtora Karen Schapiro entrevistaram um incrível elenco de artistas: Richard Serra, Carl Andre, Sol LeWitt, Dan Graham... E tiveram um acesso sem precedentes aos que tiveram intimidade com Eva, incluindo o marido Tom Doyle. Entre os críticos que deram depoimento para o documentário está Lucy Lippard, autora do primeiro livro sobre a obra de Eva Hesse, publicado na década de 1970. 

Até hoje, os críticos consideram difícil classificar o trabalho de Eva Hesse: ele é ao mesmo tempo abstrato e visceral, minimalista e feminista, entre a escultura e a pintura... Foi pioneira na percepção da corporeidade na obra de arte. Foi uma das primeiras vozes feministas a acentuar o cruzamento entre o conceitual e o corporal. Agora, o filme de Marcie Begleiter atualiza o debate em torno da artista, observada como uma heroína, no embate entre os judeus alemães que sobreviveram ao Holocausto e a memória da tragédia que vitimou suas famílias.

Eva Hesse tem sessão nas seguintes datas:

dia 7 no Estação NET Botafogo 1, às 15h

dia 9, na Cinemateca do MAM, às 19h15m 

dia 11, no Oi Futuro, às 14h

dia 19, no Roxy 3, às 17h45m



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