Publicado em 02/11/2018

Na mostra Itinerários Únicos, o Festival do Rio 2018 retrata personagens, movimentos e tendências que transformaram o mundo. A seleção desta edição reúne nove documentários nos quais despontam grandes nomes das artes, música, literatura, cinema, moda, entretenimento e direito. São filmes que prometem surpreender com depoimentos, registros e histórias de diferentes legados que influenciaram - e ainda inspiram - milhares de pessoas.

Fenômeno de popularidade com mais de 2 milhões de livros vendidos, Elena Ferrante é, curiosamente, uma desconhecida. Autora da aclamada “Série Napolitana”, ela se esconde atrás de um pseudônimo, raramente dá entrevistas e nunca aparece em premiações. Em tempos de compartilhamento instantâneo de fotos, a autora consegue manter sua identidade em segredo, apesar de seu sucesso internacional. O filme “Ferrante Fever”, do diretor Giacomo Durzi, explora sua escrita profundamente íntima ao mesmo tempo em que fornece dados que ajudam a esboçar sua misteriosa persona.

O pintor e cineasta americano Julian Schnabel, além de participar do Festival do Rio 2018 com o filme “No portal da eternidade”, sobre Vicent Van Gogh, é tema de um documentário do diretor Pappi Corsicato. Durante a montagem de sua retrospectiva na Peter Brant Foundation, seu querido amigo Lou Reed morre e faz com que Julian reflita sobre sua vida. Ele revê suas origens, o início de carreira, a vida nos anos, 80 em Nova York, o desejo de fazer filmes, crises pessoais e artísticas. Através de suas histórias, depoimentos de sua família, amigos e personalidades, é montado o longa “Julian Schnabel: retrato do artista”.

Um dos nomes mais importantes da arte contemporânea, a japonesa Yayoi Kusama, de 89 anos, é tema do documentário "Kusama Infinito", de Heather Lenz. O filme aborda sua infância no Japão durante a II Guerra Mundial, sua família, que não estimulava suas ambições criativas, o machismo e racismo do meio, sua doença mental e o estrondoso sucesso de sua carreira. O filme foi indicado ao Grande Prêmio do Júri no Sundance Film Festival.

Como e através de quais parâmetros é precificada uma obra de arte? Quem estabelece esses valores, tantas vezes exorbitantes? O documentário “O Preço de Tudo”, de Nathaniel Kahn, explora estas questões e desmistifica o mercado da arte contemporânea. Conversas com artistas, comerciantes e colecionadores revelam parte deste mundo, que anualmente movimenta bilhões de dólares. O filme foi indicado ao Grande Prêmio do Júri no Sundance Film Festival.

O Studio 54 foi o epicentro do hedonismo da década de 1970. Com uma mistura explosiva de celebridades, sexo casual e montanhas de cocaína, a casa noturna tornou-se lendária. No documentário “Studio 54”, o diretor Matt Tyrnauer registra a ascensão e queda de seus fundadores: dois amigos do Brooklyn, Ian Schrager e Steve Rubell. Eles conquistaram Nova York e depois viram seu império desmoronar. Na tela, essa saga é recuperada com imagens raras e entrevistas.

Indicado ao Grande Prêmio do Júri no Festival Sundance, o filme “Westwood - punk, ícone, ativista”, de Lorna Tucker, mostra a luta da estilista e ativista inglesa Vivienne Westwood pelo reconhecimento da sua arte. Com arquivos icônicos e filmagens recentes, além de depoimentos da própria Vivienne, amigos e colaboradores, o filme reúne o legado de uma era
que influenciou diferentes gerações.

Stephen Nomura Schible dirige dois trabalhos sobre um dos mais importantes artistas contemporâneos. “Ryūichi Sakamoto: Coda” é um filme sobre a vida e o processo criativo do ator e músico japonês, estrela consagrada e um militante de causas importantes para a sociedade. “Ryuichi Sakamoto: um concerto em Nova York” é um registro da primeira apresentação para o público do repertório de “async”, seu primeiro álbum de inéditas lançado em anos.

A juíza da Suprema Corte Americana Ruth Bader Ginsburg inspira “RBG: Hero. Icon. Dissenter”, de Betsy West e Julie Cohen. O filme, que estreou no último Festival Sundance, revela suas lutas e vitórias em prol dos direitos das mulheres.




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