Publicado em 04/10/2014

A revolução do ano, filme de Diogo Faggiano, foi debatido na sexta feira, dia 4, no Cine Encontro no Centro Cultural Justiça Federal (CCFJ). A mesa contou com a presença de Faggiano, Tales Manfrinado (editor de som), Gabriel Barrella (fotógrafo), Eduardo Chatagnier (montador) e Angelo Ravazi (produtor).

O filme retrata a Primavera Árabe de um ponto de vista pouco abordado. Apresentando depoimentos daqueles que participaram da revolução, o documentário tem por foco os que a viveram. Filmado há mais de um ano, Faggiano contou que muita coisa mudou na situação da Síria e na vida dos personagens do documentário desde então.

O realizador abriu o debate colocando que a proposta do documentário nunca foi mostrar a vitória da revolução: seu objetivo era retratar o que foi aprendido com a derrota. Segundo ele, o filme mostra um momento mais lúdico do conflito na Síria, em que os dirigentes ainda demonstravam esperança e confiança na revolução. “O documentário se propõe a tentar retratar o custo subjetivo da revolução”, disse Chatagnier. O montador colocou também que o filme foi feito sem roteiro.

A plateia surgiu com vários questionamentos a respeito dos personagens do filme e da opinião pública na Síria com relação aos acontecimentos. Ravazi resumiu bem o documentário, explicando que o filme é, principalmente, sobre um sentimento geracional de insatisfação. Ele não traz propostas para a situação na Síria: apenas retrata pessoas já fatigadas pelo conflito.

A revolução do ano trouxe um novo olhar com relação à Primavera Árabe, motivo pelo qual os espectadores elogiaram o longa e a coragem de Faggiano por escolher tal tema.

Texto: Julia Asenjo

Foto: Giulia Accorsi




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