Estreias da semana: Hong Sang-soo, Céline Sallette e ação coreana chegam às salas O drama As Aventuras de Uma Francesa, a cinebiografia Niki e o filme de ação Força bruta: Punição estão entre os principais lançamentos desta quinta-feira (10)
Niki, As Aventuras de Uma Francesa na Coreia e Força bruta: Punição estão entre as principais estreias da semana — Foto: divulgação/Imovision/Pandora Filmes/SATO Company
As Aventuras de Uma Francesa na Coreia, de Hong Sang-soo— Foto: divulgação/Pandora Filmes
As Aventuras de Uma Francesa na Coreia (A Traveler’s Needs), novo longa de Hong Sang-soo, estreia nos cinemas com distribuição da Pandora Filmes. Exibido na mostra Panorama Mundial do Festival do Rio 2024, o filme conquistou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim no ano passado.
Em sua terceira colaboração com o diretor sul-coreano, após A Visitante Francesa (2012) e A Câmera de Claire (2017), Huppert interpreta Iris, uma francesa à deriva em Seul que dá aulas de francês e piano para se sustentar. Mas mais do que lições de idioma, suas aulas revelam camadas emocionais nos alunos e nela própria. A trama traz um teor híbrido de comicidade e melancolia típicas da filmografia do realizador sul-coreano.
Rodado em locação na capital da Coreia do Sul em menos de duas semanas, com roteiro escrito durante as filmagens e estética minimalista, o longa foi elogiado pela crítica especializada por trazer um retrato sensível da solidão, da alteridade e da fragilidade dos encontros. Tudo isso enquanto a personagem de Huppert se abastece com doses generosas de makgeolli, vinho de arroz coreano que embala os devaneios da protagonista. O elenco traz ainda a presença de Lee Hye-young, outra frequente colaboradora do realizador.
"Eu sou a ferramenta que o Hong usa para investigar o que significa ser estrangeira, o que é ser diferente dos outros, o que é tentar criar vínculos, mas sempre com um certo temperamento", comentou a atriz em entrevista para o site Indiewire ao falar sobre seu papel em As Aventuras de Uma Francesa na Coreia. "Às vezes, talvez, com uma certa melancolia, ainda que isso nem seja algo que eu traga intencionalmente. Ele cria uma atmosfera muito particular. É tudo muito poético. Em certos momentos, sente-se uma solidão nessa tentativa de conexão… Nunca é algo escancaradamente desesperado, mas que, no fundo, pode ser visto como uma busca quase desesperada por se conectar, entender os outros, escavar seus pensamentos, seu inconsciente, essa ânsia por descobrir mais sobre si. É isso que a Iris faz. Ela provoca as pessoas a pensarem sobre quem são."
Niki, de Céline Sallette — Foto: divulgação/Imovision
Niki, de Céline Sallette, foi exibido na mostra Expectativa e agora chega aos cinemas brasileiros pela Imovision. O longa marca a estreia na direção da atriz francesa conhecida por suas atuações em filmes como Maria Antonieta (2006), L'Apollonide – Os Amores da Casa de Tolerância (2011) e Ferrugem e Osso (2012).
Ambientado na Paris dos anos 1950, o longa-metragem é uma cinebiografia da artista plástica francesa Niki de Saint Phalle (1930 - 2002). Na trama, a artista retorna à França após viver alguns anos nos Estados Unidos, onde conheceu seu primeiro marido, Harry, e onde nasceu sua primeira filha. Tentando se readaptar à sua terra natal, a jovem artista se vê confrontada com traumas de sua infância até descobrir uma maneira de expressar suas dores: transformando-as na matéria-prima de suas obras artísticas, produzidas de forma espontânea e idiossincrática, uma vez que ela jamais teve nenhuma formação em artes plásticas.
Charlotte Le Bon, recentemente vista na terceira temporada da série The White Lotus (Max), interpreta a artista pioneira em um mundo que ainda não estava pronto para sua inquietação criativa. Niki teve estreia mundial na mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes 2024. Em entrevista ao site do festival francês, Céline Sallette revelou que a ideia do filme nasceu ao assistir a uma entrevista da artista de 1965 e notar, ao mesmo tempo, a força visionária de Niki e a impressionante semelhança física com Le Bon. Sem roteiro e com uma equipe enxuta, o longa foi filmado com espontaneidade e liberdade, qualidades que dialogam com o espírito da artista retratada. “Espero que o filme mostre que ir do silêncio até o grito de revolta é um caminho possível. Depois do pesadelo vivido, Niki sobrevive antes de renascer. Ela é um exemplo a ser seguido”, afirma a diretora.
Força bruta: Punição (The Roundup: Punishment), de Heo Myeong-haeng — Foto: crédito
No quarto capítulo da franquia, o detetive Ma Seok-do, vivido por Ma Dong-seok, conhecido do público por Invasão Zumbi (2016), enfrenta um novo inimigo: um ex-mercenário que lidera uma organização de jogos de azar online. Com cenas de luta impactantes, humor seco e ritmo acelerado, o filme combina o estilo dos thrillers policiais coreanos com a energia de um blockbuster. A distribuição é da SATO Company.
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