Publicado em 09/01/2025


Baby, de Marcelo Caetano

Um dos grandes destaques da 26ª edição do Festival do Rio, o tocante drama Baby, dirigido por Marcelo Caetano, é uma das principais estreias desta quinta-feira (9) nos cinemas brasileiros. O longa-metragem foi o grande vencedor da Première Brasil em 2024, ao lado de Malu, de Pedro Freire. Ambas as produções conquistaram quatro troféus na cerimônia de premiação e dividiram a maior honraria da noite: o Troféu Redentor de melhor longa-metragem de ficção.

Desejo, amadurecimento e conflitos marcam a trama desta fábula urbana sobre amor, família escolhida e pertencimento. No longa, Wellington (João Pedro Mariano) está em busca de seu lugar no mundo após deixar um centro de detenção para adolescentes infratores. Aos 18 anos, sozinho em São Paulo, o jovem se vê desamparado enquanto busca voltar para casa e se reconectar com seus pais, que sumiram sem dar notícias.

Nesta jornada, Wellington se envolve em uma série de percalços que o levam a conhecer Ronaldo (Ricardo Teodoro), um homem mais velho que trabalha como garoto de programa e lhe ensina uma forma de sobreviver na selva de pedra paulista. Os dois se envolvem em um intenso romance, marcado por emoções díspares, entre a paixão e a fraternidade, a proteção e a exploração. O elenco traz ainda nomes como Ana Flávia Cavalcanti, Bruna Linzmeyer, Luiz Bertazzo e Marcelo Várzea.

Além do prêmio principal da Première Brasil, Baby também faturou os prêmios de melhor ator (João Pedro Mariano), melhor direção de arte (Thales Junqueira) e o Prêmio Especial do Júri no âmbito do Prêmio Felix.

Também nesta quinta-feira estreiam duas produções que retratam questões contemporâneas da sociedade iraniana, cada uma com seu prisma particular. Ambas as produções foram celebradas em festivais internacionais e integraram a mostra Panorama Mundial do 26º Festival do Rio.

A Semente do Fruto Sagrado, de Mohammad Rasoulof

A primeira dessas produções é A Semente do Fruto Sagrado, de Mohammad Rasoulof, diretor iraniano exilado na Alemanha que rodou o filme sob sigilo em sua terra natal. O longa-metragem competiu pela Palma de Ouro e acumulou diversas honrarias na Croisette, incluindo o Prêmio Especial do Júri, o Prêmio do Júri Ecumênico e o Prêmio FIPRESCI. Além disso, o longa-metragem representa a Alemanha na disputa por uma indicação ao Oscar de melhor filme internacional.

A trama acompanha Iman (Missagh Zareh), um advogado que, após anos de lealdade, é promovido ao cargo de juiz de investigação a serviço do regime do aiatolá. Teerã vive um momento de tensão social em função dos protestos populares contra o autoritarismo do governo, encabeçados pelo movimento "Mulher, Vida, Liberdade". Toda essa agitação política terá efeitos na vida doméstica de Iman, que se vê às avessas com sua esposa e filhas, que questionam sua participação no regime. Quando sua arma desaparece dentro de casa, uma espiral de suspeitas contra as mulheres de sua vida representam um teste brutal à manutenção de laços familiares saudáveis, criando um cenário de crescente paranoia.

Meu Bolo Favorito, dirigido por Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha

Trocando a carga de tensão por ternura, o drama romântico Meu Bolo Favorito, dirigido por Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha, expora as nuances do amor na fase madura da vida a partir da perspectiva de Mahin (Lily Farhadpour), uma mulher de 70 anos que vive sozinha em Teerã após a morte de seu marido e a partida de sua filha e netos para a Europa. 

Ela leva a vida em seus próprios termos até que decide que está na hora de mudar sua rotina solitária e reacender sua vida amorosa. Aberta ao romance, ela conhece Faramarz (Esmail Mehrabi), um taxista solteiro na mesma faixa etária com quem se conecta emocionalmente de forma imprevisível e inesquecível.

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