Com cineastas premiados no Festival do Rio, conheça as produções que representam o Brasil na Berlinale Seleção oficial do Festival de Berlim 2025 foi divulgada nesta terça-feira (21), incluindo O Último Azul, novo longa-metragem de Gabriel Mascaro, que está na disputa pelo Urso de Ouro
O Último Azul, de Gabriel Mascaro — Foto: divulgação/Vitrine Filmes
O cinema brasileiro marca presença em peso na programação da edição deste ano do Festival de Berlim, que divulgou nesta terça-feira sua seleção oficial de longas e curtas-metragens. Entre as produções confirmadas, constam trabalhos inéditos de realizadores que já deixaram sua marca no Festival do Rio.
Este é o caso do filme O Último Azul, de Gabriel Mascaro, que compete pelo Urso de Ouro, prêmio principal do festival alemão que é parceiro do Festival do Rio.
O realizador retorna à Berlinale após Divino Amor ser exibido na mostra Panorama do evento alemão em 2019. Em 2015, o cineasta pernambucano se destacou na Première Brasil do Festival do Rio quando Boi Neon venceu o Troféu Redentor em quatro categorias: melhor filme de ficção, atriz coadjuvante, roteiro e fotografia.
Gabriel Mascaro no tapete vermelho do Festival do Rio 2015 — Foto: Ciadafoto/Festival do Rio
Ambientada em um Brasil que se aproxima cada vez mais de uma distopia, a trama de O Último Azul imagina uma realidade em que os idosos são realocados para colônias habitacionais distantes, num exílio forçado que visa deixar que a juventude foque apenas na produtividade sem precisar cuidar dos mais velhos. Disposta a fugir dessa aposentadoria compulsória, Tereza (Denise Weinberg) inicia uma viagem pela Amazônia aos 77 anos, percorrendo rios e matas em uma jornada para realizar seu sonho de conhecer a floresta.
"A história é pungente e coloca em profunda discussão um tema muito importante para nós: o olhar que lançamos para o envelhecimento e para o passar do tempo. É muito bonito ver o cinema independente chegando tão longe, feito muitas vezes com tão pouco recurso. Sigo acreditando nesse cinema, desde Bicho de Sete Cabeças", celebrou o ator Rodrigo Santoro, que coestrela o filme, em comunicado publicado em uma rede social.
O Último Azul é o primeiro filme em cinco anos a representar o Brasil na disputa do Urso de Ouro no Festival de Berlim. A anterior foi Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra. O cinema brasileiro já se sagrou vencedor do prêmio principal do prestigiado festival alemão em duas ocasiões: com Central do Brasil, de Walter Salles, em 1998, e com Tropa de Elite, de José Padilha, em 2008.
Ato Noturno, novo trabalho da dupla de cineastas de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher
Representando o Brasil na mostra Panorama do Festival de Berlim deste ano está a produção Ato Noturno, novo trabalho da dupla de cineastas de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, premiados no Festival do Rio por Tinta Bruta (melhor filme de ficção, melhor roteiro, melhor ator, melhor ator coadjuvante na Première Brasil em 2018) e Beira-Mar (melhor filme da mostra Novos Rumos em 2015).
Em Ato Noturno, um ator e um político iniciam um caso secreto e, juntos, descobrem seu fetiche por fazer sexo em lugares públicos. "Quanto mais se aproximam do sonho da fama, mais sentem a necessidade de se expor ao perigo", diz a sinopse oficial do longa.
Hora do Recreio, de Lúcia Murat
Lúcia Murat, que já presidiu o júri da Première Brasil e foi a primeira mulher a vencer o Troféu Redentor de melhor direção duas vezes, por Quase Dois Irmãos (2004) e Praça Paris (2017), também tem um filme inédito na programação da Berlinale. A celebrada cineasta leva para o festival alemão o longa-metragem Hora do Recreio, um documentário que flerta com a ficção e retrata as perspectivas de vida de adolescentes dos ensinos médio e fundamental, bem como suas opiniões sobre temas como racismo e violência urbana.
O filme de Murat integra a mostra Geração 14Plus, que também recebe os curtas-metragens Arame Farpado, produção mineira dirigida por Gustavo de Carvalho, e Atardecer en América, filme de Matías Rojas Valencia que é uma coprodução Brasil-Chile-Colômbia.
A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert
Na mostra Berlinale Especial, o Brasil está representado por A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert, que exibiu Durval Discos (2002) e Chamada a Cobrar (2012) na seleção hors concours da Première Brasil no Festival do Rio.
Outras produções brasileiras presentes na programação do Festival de Berlim deste ano são: De Menor, de Caru Alves de Souza (Geração 14Plus - Special Screening); A Natureza das Coisas Invisíveis, de Rafaela Camelo (Geração K Plus); Cartas do Absurdo, de Gabraz Santana (Forum Expanded); Zizi (ou oração da jaca fabulosa), de Felipe M. Bragança (Forum Expanded); Iracema – Uma Transa Amazônica, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna; e Anba Dlo, de Luiza Calagian e Rosa Caldeira (coprodução Cuba, Brasil, Haiti).
Em 2024, na 26ª edição do Festival do Rio, quase 30 títulos que se destacaram na Berlinale integraram também a programação da maratona cinéfila carioca, incluindo As Aventuras de uma Francesa, vencedor do Grande Prêmio do Júri, Tudo Vai Ficar Bem, vencedor do Prêmio Teddy, e Meu Bolo Favorito, vencedor do Prêmio do Júri Ecumênico e do Prêmio FIPRESCI.
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