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Serra das Almas, Betânia e Noel Rosa – Um Espírito Circulante estão entre as principais estreias da semana — Foto: divulgação/Imagem Filmes/O2 Play/Vitrine Filmes/Boulevard Filmes

Mais uma semana em que o cinema brasileiro mostra sua força também nas salas do circuito comercial. Três produções que passaram recentemente pela Première Brasil do Festival do Rio chegam agora às telas do país: Betânia, de Marcelo Botta; Serra das Almas, de Lírio Ferreira; e o documentário musical Noel Rosa – Um Espírito Circulante, de Joana Nin.

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Betânia, de Marcelo Botta

Marcando a estreia solo de Marcelo Botta como diretor de um longa-metragem de ficção, Betânia foi exibido na competição principal da Première Brasil, na qual recebeu uma Menção Honrosa pela interpretação de Diana Mattos, atriz local que fez seu primeiro trabalho profissional como atriz neste projeto. 

A personagem-título é a força motriz da narrativa e estrela-guia de uma família maranhense que vive isolada em uma comunidade remota dos Lençóis Maranhenses. Após a morte do marido, a matriarca decide recomeçar sua vida, deslocando-se para um pequeno povoado com acesso à energia elétrica e internet.

Mais do que uma narrativa de luto e recomeço, o filme é uma declaração de amor ao Maranhão, à sua cultura, sua música e, especialmente, às suas mulheres. Rodado com elenco principal "100% maranhense", o longa já havia passado pela mostra Panorama do Festival de Berlim e ganhou sessão celebrada no Cine Odeon durante o Festival do Rio. Nas palavras do diretor, Betânia é um tributo à força feminina que sustenta comunidades inteiras, retratada em uma sociedade matriarcal e em uma personagem que carrega nas costas a sabedoria de gerações. O longa-metragem é distribuído pela O2 Play.

• Leia mais: Betânia é um tributo ao Maranhão e à força de suas mulheres

Serra das Almas, de Lírio Ferreira

Outro destaque da competição da Première Brasil, Serra das Almas marca o retorno de Lírio Ferreira ao longa-metragem com uma trama que mistura thriller, ação e o contexto do sertão nordestino. No centro da história, um roubo de joias em Pernambuco reúne antigos amigos com contas mal resolvidas e passados assombrados. O reencontro, longe de promover reconciliações, acaba por desenterrar mágoas e conflitos em um cenário onde cada um buscará sua forma de liberdade.

Durante o debate no Odeon, o diretor citou John Ford para elogiar o elenco e resumir a alma do projeto: “A direção de arte dos meus filmes é o rosto do meu elenco”. A equipe de atores e atrizes é formada por nomes como Júlia Stockler, Mari Oliveira, Ravel Andrade, David Santos, Pally Siqueira, Jorge Neto, Vertin Moura e Tássia Dhur.

Gravado majoritariamente no agreste pernambucano (e também em Recife), o filme se beneficiou da cumplicidade forjada no set. "Foi um filme muito difícil de fazer. Nesse momento todo, nós, a equipe e o elenco criamos uma família (...) Acho que isso foi muito importante, esse gás, e isso está na tela, nos olhos do elenco, no esforço da equipe... Enfim, estou emocionado e feliz com o resultado", revelou o cineasta.

Com distribuição da Imagem Filmes, Serra das Almas representou um retorno de Ferreira à Première Brasil. O cineasta foi o vencedor do Troféu Redentor de Melhor Longa-Metragem de Ficção e de Melhor Direção de Ficção no 16º Festival do Rio, realizado no ano de 2014. No total, 9 filmes do cineasta já foram projetados nas telas da maratona cinéfila carioca, incluindo Acqua Movie (vencedor do Troféu Redentor de Melhor Ator Coadjuvante pelo trabalho de Augusto Madeira), Cartola - Música para os Olhos e Árido Movie.

• Leia mais: Lírio Ferreira exalta a importância dos atores e das atrizes em Serra das Almas

 Noel Rosa – Um Espírito Circulante, de Joana Nin

Com direção assinada por Joana Nin, Noel Rosa – Um Espírito Circulante é um documentário que revisita a trajetória do poeta de Vila Isabel não como uma biografia tradicional, mas como uma exploração sensorial e coletiva. Exibido fora de competição na divisão Retratos da Première Brasil do Festival do Rio, o filme busca os vestígios do compositor no bairro que foi berço criativo e o viu nascer e morrer, criando uma ponte entre a boemia dos anos 1930 e urbanidade dessa região tão pulsante da Zona Norte carioca.

Acompanhado por depoimentos de arquivo e originais, de ontem e de hoje, o filme retrata vozes e rostos de figuras como Cartola, Aracy de Almeida, Mart’nália e Dori Caymmi. Distribuido pela Vitrine Filmes com a Boulevard Filmes, a obra foi uma das tantas produções sobre talentos da música que integrou a programação do Festival do Rio em 2024 (conheça as demais neste link).

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