Publicado em 29/09/2014

Nesta tarde de domingo (28) o Cine Encontro recebeu a pulsante visita do samba no Centro Cultural da Justiça Federal. O filme Guardiões do samba, de Eric e Marc Belhassen, encantou o público e despertou uma conversa animada com a presença do diretor Eric e do diretor musical Henrique Cazes.

A obra, que conta com depoimentos e rodas de samba com figuras importantes, como Xangô da Mangueira, Tia Zélia, Nelson Sargento, Walter Alfaiate e Monarco, foi para Cazes uma oportunidade para grandes encontros: "A gente produziu para o filme quatro tardes de samba lindas. Ali comeu-se bem, bebeu-se bem, nos divertimos. Reunir essas pessoas é como fazer uma festa".

Ele e o diretor falaram ainda do objetivo maior do projeto, de registrar e mostrar os personagens que, por mais que tenham ajudado a construir a história do gênero musical no Brasil, agora correm um sério risco de esquecimento. Esta questão também foi muito levantada pela plateia, que não se cansava de parabenizar e agradecer a equipe pelo serviço prestado à memória do samba. "Os guardiões precisam passar a cultura deles pras novas gerações, é importante que os jovens conheçam esses artistas", concluiu Belhassen.

O debate também teve espaço para assuntos como as condições do cinema brasileiro. O realizador declarou que todos os seus filmes foram feitos sem o auxílio de leis de incentivo e que, apesar de querer, sim, um patrocínio, não acredita na dependência entre suas produções e esses financiamentos, e sim na sua vontade de levá-las adiante. Ressaltou então que vai procurar distribuição para chegar às salas de cinema.

Uma espectadora resumiu bem a atmosfera do Cine Encontro sobre Guardiões do samba: "É uma injeção de vida. A gente percebe o orgânico, e assim entende que a capacidade de viver, de mudar, está dentro de cada um de nós. A maior mensagem que fica é a humana".


Texto: Juliana Shimada

Fotos: Giulia Accorsi



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