Publicado em 28/09/2014

A Sede do Festival do Rio contou com a ilustre presença, na tarde deste domingo, 28 de setembro, da cantora Elza Soares, que compareceu ao debate em torno do filme My name is now, de Elizabete Martins Campos. O documentário explora as muitas facetas da conhecida intérprete, e faz parte da Première Brasil de 2014.

Marcos Didonet, diretor do Festival, e a jornalista e crítica de cinema Patricia Rebello abriram a mesa aplaudindo a trajetória plural da retratada. Rebello lembrou ainda que a música tem sido um tema constante nos documentários brasileiros, mas apontou que o filme de Campos apresenta um recorte diferente, mais sensorial, que se apoia na força de sua personagem central.

Sobre os motivos que a levaram a se entregar ao projeto, a diretora, que também atua como jornalista, explicou que conheceu Elza durante uma entrevista para um canal de TV mineiro em 2008, durante a qual ficou fascinada com a entrevistada. “Todo mundo que vê a Elza quer pegar o celular ou uma câmera e começar a filmar. Ela tem um magnetismo incrível”, observou a realizadora, que elogiou ainda a performance da cantora nos palcos.

Ainda se recuperando de uma cirurgia na coluna, Elza falou sobre a dificuldade de participar do filme num momento pessoal complicado, quando estava de cama com fortes dores diárias. “Era um momento em que eu não podia me doar completamente”, lembrou. Sempre irreverente, a artista elucidou ainda a escolha do título do filme: “Eu quero dizer que eu vivo o agora”, explicou ela.

Alonso Pafyeze, diretor de arte e montador, falou da intenção de criar uma narrativa plástica, que realmente retratasse o universo de Elza. “Foi um filme visceral. Eu, como artista plástico e diretor de arte, me deparei com uma diretora de arte melhor do que eu”, disse, referindo-se à protagonista.

A montadora Lorena Ortiz afirmou que o projeto foi o maior desafio profissional que encarou, sublinhando o peso da responsabilidade de, sendo colombiana, tratar de uma figura tão importante da história da música brasileira. “Nós construímos a experiência de estar com Elza Soares durante setenta minutos”, observou, avaliando o resultado da montagem.

Ao fim do debate, respondendo ao pedido de uma pessoa plateia para se definir em uma única palavra, Elza não titubeou: “Coragem”, replicou, ao que o público, emocionado, aplaudiu de pé.

Texto: Maria Caú

Fotos: Luiza Andrade




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