Publicado em 10/10/2017

Texto: Milena Madeira

Fotos: Jonathan Menezes

Nesta terça-feira (10), o documentário Clara Estrela, de Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir, foi exibido no Espaço BNDES, no Centro. O filme, que começou a ser idealizado e pesquisado há cerca de 20 anos, conta a história de Clara Nunes e é narrado por Dira Paes. Após a exibição, houve um debate mediado pela escritora Maria Cau.

A diretora Susanna Lira contou durante a conversa que o grande destaque do processo criativo foi o desafio de reinventar todo o material, trazendo Clara Nunes em primeira pessoa. Segundo Lira, que haviam diversas entrevistas já gravadas com nomes importantes da música falando sobre a artista, mas, de acordo com a realizadora, “talvez a Clara Nunes gostasse de contar a própria história”. Sobre essa escolha, o montador Paulo Mainhard afirmou que é preciso humildade para saber o que o filme quer, “muitas coisas que estavam planejadas, que a gente tinha certeza que iam funcionar (...) não casava. Alguma coisa impedia. A gente sentia que não era por ali”, disse.

Também estava presente no palco, Wilton Montenegro, que foi fotógrafo de Clara Nunes, e contou histórias sobre sua convivência com a artista, arrancando risadas do público, que se emocionou em diversos momentos e cantou durante todo o filme acompanhando a artista. A cantora japonesa Masako Tanaka, que estava na plateia, contou emocionada sobre seu amor pela música brasileira e pela voz e as canções de Clara Nunes, e foi convidada ao palco pela diretora Susanna Lira para cantar um trecho de "Na Linha do Mar".

Ao ser perguntada sobre o porquê de ter escolhido Clara Nunes em meio a tantas outras artistas, a pesquisadora Renata Alzuguir respondeu que “a Clara representa o Brasil de uma forma sintética e coerente” e arrematou: “Ao escolher uma, a gente escolheu todas”. Também estavam presentes no debate o diretor, pesquisador e roteirista Rodrigo Alzuguir, o produtor Tito Gomes e o restaurador de imagens e colorista Fernando Cerqueira.



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