Publicado em 16/10/2016

Foi uma grande festa e uma das sessões mais lotadas do Festival do Rio 2016. No palco, o ator Antonio Pitanga, muito emocionado, recebeu a merecida homenagem por sua espetacular trajetória no cinema brasileiro. Lá estava sua filha, a atriz Camila Pitanga, acompanhada da neta do ator, Antônia, ambas muito sorridentes, com vestidos brancos. No Cine Odeon, Camila apresentou o documentário em homenagem a trajetória artística de seu pai, Antônio Pitanga. O filme foi dirigido pela atriz e por Beto Brant, e mereceu repetidas ondas de aplausos de público que lotou a sala do cinema. O filme "Pitanga" faz um passeio pelos 50 anos de trabalho de um dos atores mais versáteis do cinema brasileiro. 

Pitanga tem na sua trajetória uma incrível bagagem de personagens, em histórias dirigidas por alguns dos maiores nomes do cinema nacional. Até seu sobrenome artístico veio de um papel interpretado no filme Bahia de Todos os Santos, de 1960, dirigido por Trigueirinho Neto. O nome de batismo é Antonio Luiz Sampaio.

Antonio Pitanga marcou presença em grandes momentos do cinema brasileiro. O ator interpretou Mestre Coca no clássico O Pagador de Promessas (1962) escrito e dirigido por Anselmo Duarte, baseado na peça teatral homônima de Dias Gomes, filme que ganhou a Palma de Ouro em Cannes. Participou ativamente do Cinema Novo na década de 1960. Foi filmado pelas lentes de Glauber Rocha em Barravento (de 1962) e em A Idade da Terra (de 1980). Cacá Diegues o dirigiu em Ganga Zumba (1963), A Grande Cidade (1966), Quando o Carnaval Chegar (1972), Joanna Francesa (1973), Quilombo (1984). 

Antonio Pitanga também participou do clássico Os Fuzis (1964), do diretor Ruy Guerra. Interpretou personagens marcantes em Menino de Engenho (1965) e Chico Rei (1985), de Walter Lima Júnior. Sua filmografia enveredou, em seguida, pelo Cinema Marginal, com A mulher de todos (1969), de Rogério Sganzerla. Nos anos 70, esteve em Um Homem Célebre (1974), de Miguel Faria Jr. e Cordão de Ouro (1977), dirigido por Antonio Carlos da Fontoura. Subiu novamente o morro no enredo de Rio Babilônia (1982), de Neville de Almeida. E participou de uma das obras-primas de Joaquim Pedro de Andrade, a comédia O homem do pau-brasil (1982). E filmou com Fabio Barreto Rei do Rio (1985). Nas décadas seguintes, entrou na onda das cinebiografias, com Mauá, o Imperador e o Rei, de Sérgio Rezende (1999) e Villa-Lobos, Uma Vida de Paixão, de Zelito Vianna (2000), Apolônio Brasil, o Campeão da Alegria, de Hugo Carvana (2003) e Zuzu Angel, de Sergio Rezende (2006).




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