Publicado em 06/10/2013

Ontem, 05 de outubro, aconteceu no CCJF o debate sobre o longa-metragem O menino e o mundo. Foram convidados para falar sobre o filme: Alê Abreu (diretor), Fernanda Carvalho (produção executiva), Priscilla Kellen (coordenação de arte), Gustavo Kurlat e Ruben Feffer (música). O mediador foi o jornalista Mauro Trindade.

A conversa girou em torno do processo de realização do filme. Alê Abreu informou que a obra nasceu sem roteiro. A ideia era construir uma história através dos cantos latinos de protesto, dos anos 1950, mas na ilha de edição outros rumos foram tomados. “A ideia do filme é contar uma história a partir dos olhos do menino, nós fizemos uma animação que parece muito um desenho em papel, acho que essa é a vontade de todos os animadores, mas só atualmente nós temos recursos tecnológicos que permitem a produção de uma animação assim”, comentou Priscilla Keller.

Os responsáveis pela criação musical do filme, Gustavo Kurlat e Ruben Feffer, informaram que inicialmente as composições foram cantaroladas e tocadas em instrumentos digitais para, em um segundo momento, serem decididos os instrumentos que fariam parte da música.

O filme traz a participação de Naná Vasconcelos, Barbatuques, GEM (Grupo Experimental de Música) e Emicida. “A criação da trilha sonora é uma contribuição múltipla, Naná trouxe sua sabedoria, o peso de sua memória e ancestralidade. As composições estavam em formato digital e depois substituímos pelas gravações dele”, comentou Kurlat. 

Fernanda Carvalho frisou que a criação musical exigiu muito cuidado, já que os elementos do filme não eram deste mundo, mas sim do universo de um menino. O filme foi todo feito com uma enorme diversidade de instrumentos. Abreu disse que um dos desafios era que “a música virasse o ambiente e o ambiente virasse a música”.

Questionados por Mauro Trindade sobre o casamento entre som e imagem, Carvalho contou que fazer a ponte entre música e animação foi um processo de generosidade de ambas as partes. “Tudo tinha que ser criado baseado no visual. Foram idas e vindas infinitas, e cada som que a gente encontrava para os elementos era uma vitória”.

O debate foi concluído com Kurlat traduzindo algumas palavras que fazem parte desse universo e dão sentido ao filme: alegria, vida, energia, força, amor, paz, vontade, liberdade e voz.

Texto: Nalui Mahin

Fotos: Txai Costa




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