Publicado em 06/10/2013

O segundo debate de ontem (sábado, 05) na Sede do Festival girou em torno do filme A estrada 47, longa de Vicente Ferraz que trata da experiência de um grupo de pracinhas na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. A conversa foi mediada por Marcos Didonet, diretor do Festival do Rio, que abriu a discussão comentando a relevância histórica do tema tratado e sublinhando o fato de que o filme é uma coprodução entre Brasil, Itália e Portugal.

O realizador e a produtora Isabel Martinez comentaram que a participação dos brasileiros no conflito é um assunto pouco tratado pelo cinema, a despeito do fato de que o país foi o único da América Latina a enviar contingentes para a guerra. Nesse ponto, Joana Mariani, também produtora, ressaltou a necessidade de resgatar a memória da presença do Brasil nesse evento histórico para as novas gerações. O produtor italiano do filme, Daniele Mazzocca, afirmou querer garantir que o público do seu país tenha acesso a essa parte da história, e disse acreditar que o filme terá boa repercussão internacional.

Leonel Vieira, produtor português, lembrou que Portugal é o país que mais assina coproduções ao lado do Brasil, e se revelou orgulhoso de ter seu nome associado à obra. “Eu sou apaixonado por este país e esta cultura”, declarou, colocando ainda a importância de se estabelecer uma relação transversal no âmbito cinematográfico entre os países de língua portuguesa.

Os atores Daniel Oliveira, Júlio Andrade, Francisco Gaspar e Thogun comentaram o intenso trabalho de preparação do elenco, sublinhando o papel do preparador Christian Duurvoot. “Cada dia era uma batalha”, colocou Oliveira, enquanto Gaspar brincou: “O mais importante desse filme é que eu sobrevivi a ele”. Vicente Ferraz aproveitou para elogiar os atores, que ele definiu como “um time maravilhoso”, salientando ainda a contribuição do elenco internacional, referindo-se em especial ao português Ivo Canelas e ao alemão Richard Sammel (conhecido por atuar em filmes como Bastardos inglórios e Cassino Royale).

Ao fim da discussão, o diretor falou ainda sobre as dificuldades da fotografia, que teve que lidar com locações de grande complexidade, como campos nevados, destacando o mérito do panamense Carlos Arango de Montis. “O Carlos não é só o fotógrafo do filme, ele é um irmão”, colocou Ferraz.

Texto: Maria Caú

Fotos: Viviane Laprovita




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