Com cinebiografias e documentários, filmes sobre música do Festival do Rio celebram de Gal Costa a Dorival Caymmi Programação do festival traz produções que abordam o legado de artistas consagrados e até filmes estrelados por grandes nomes dos palcos.
A música está em primeiro plano em uma série de filmes da programação do Festival do Rio deste ano, que acontece entre os dias 5 e 15 de outubro. Fãs de cinema e música podem se programar para curtir nas telonas, à todo o volume, produções que celebram as trajetórias de artistas consagrados, exaltam a arte de cantar e compor e rememoram nomes e movimentos culturais que marcaram época.
A seleção oficial do festival conta com produções sobre figuras como Gal Costa, Dorival Caymmi, Jards Macalé, Milton Nascimento e Sidney Magal.
Um dos destaques exibidos fora de competição na Première Brasil é Meu Nome É Gal, de Dandara Ferreira e Lô Politi, que traz Sophie Charlotte no papel de uma jovem Gal Costa em início de carreira, acompanhando os primeiros passos de uma das maiores intérpretes da música popular brasileira. O filme também representa a amizade de Gracinha, como a cantora era chamada por sua mãe, com nomes como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gi.
Também na Première Brasil: Hors Concours está O Meu Sangue Ferve por Você, de Paulo Machline, cinebiografia de Sidney Magal que aborda o avassalador romance do cantor com Magali West, que ele conheceu em uma troca de olhares num programa de TV.
A música é foco de alguns dos documentários da Première Brasil. É o caso de Black Rio! Black Power!, de Emílio Domingos (Première Brasil: Competição Longa-Metragem Documentário), que aborda o impacto que a música negra teve para mobilizar a luta por justiça racial nos bailes dedicados ao funk, soul e disco no Rio de Janeiro das décadas de 70 e 80.
Já Nada Será como Antes, de Ana Rieper (Première Brasil: Competição Novos Rumos Longa-Metragem), aborda a história do antológico álbum Clube da Esquina, que completou 50 anos de lançamento em 2022 e é fruto da colaboração de músicos como Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes e Toninho Horta.
Nas Ondas de Dorival Caymmi, de Locca Faria (Première Brasil: Mostra Retratos), reúne depoimentos de artistas como Maria Bethânia, Chico Buarque e Gilberto Gil com arquivos e imagens inéditas do compositor baiano. O filme destrincha o processo criativo do trovador que cantou os encantos do mar e se eternizou com sucessos como “Rosa Morena”, “O Samba da Minha Terra” e “O Que É Que A Baiana Tem”.
Outro nome da MPB celebrado na programação do Festival do Rio é Jards Macalé, foco do documentário Macaléia, de Rejane Zilles (Première Brasil: Mostra Retratos Curtas). A esposa do músico dirige o curta-metragem que remonta a uma antológica festa promovida pelo artista em 1978, que reuniu a nata da classe artística, incluindo Hélio Oiticica, que desenvolveu a instalação Penetrável Macaléia (1978) em homenagem ao amigo.
A música ainda é o tema principal de Arruma um Pessoal pra Gente Botar uma Macumba num Disco, de Chico Serra (Première Brasil: Mostra Retratos Curtas). O curta aborda o legado de Getúlio Marinho (1889–1964), responsável por registrar em fonograma cantos da tradição religiosa afro-brasileira.
Selecionado para a Première Brasil: Exibições Especiais, o documentário Fala Tu, de Guilherme Coelho, retorna ao Festival do Rio após 20 anos. Premiado com o Troféu Redentor de melhor diretor e com o prêmio de melhor documentário pelo público, o filme acompanha a rotina de três rappers periféricos da Zona Norte do Rio de Janeiro que expressam seus sonhos e reflexões em suas rimas. O longa-metragem será exibido em uma cópia restaurada em 35 mm.
Além dos filmes sobre música e sobre artistas consagrados do Brasil, a programação também conta com estrelas do presente e do passado que se alternam entre os estúdios fonográficos e os de cinema. É o caso do saudoso David Bowie, que estrela, ao lado de Catherine Deneuve e Susan Sarandon, o terror gótico Fome de Viver (1983), de Tony Scott, presente na mostra Clássicos & Cults. Maior astro do reggaeton na atualidade, Bad Bunny atua em Cassandro, de Roger Ross Williams (Panorama Mundial), filme baseado na história real do lutador mexicano gay Saúl Armendáriz, interpretado por Gael García Bernal.
A música marcará o Festival do Rio 2023 da primeira à última sessão. A abertura do festival, dia 05 de outubro, será com uma sessão de gala da animação Atiraram no Pianista, dos espanhóis Fernando Trueba e Javier Mariscal, que aborda o desaparecimento do pianista brasileiro Tenório Jr. durante uma turnê com Vinícius de Moraes e Toquinho pela Argentina na década de 1970. Já a Gala de Encerramento Internacional, no dia 14 de outubro, terá uma sessão de Priscilla, de Sofia Coppola. O filme traz Cailee Spaeny no papel de Priscilla Presley, esposa de Elvis (Jacob Elordi) durante o auge da carreira do Rei do Rock and Roll.
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O Festival do Rio é apresentado pelo Ministério da Cultura, Shell e Prefeitura do Rio. Tem patrocínio master da Shell através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio especial da Prefeitura do Rio – por meio da RioFilme, órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura e apoio FIRJAN. Realização: Cinema do Rio e Ministério da Cultura / Governo Federal.
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