Festival do Rio inaugura sua 25ª edição com evento no Odeon A cerimônia de abertura contou com a exibição de "Atiraram no pianista", de Fernando Trueba (vencedor do Oscar em 1992) e Javier Mariscal.
Uma grande festa marcou a abertura da 25a edição do Festival do Rio de Cinema, na quinta-feira (5 de outubro), em um Cine Odeon – CCLSR lotado. A noite do cinema foi também uma celebração da música popular brasileira. Ao som de “Paisagem inútil”, a cerimônia começou com uma seleção de imagens raras em preto e branco do Rio de Janeiro, parte do acervo do LUPA – Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual, vinculado ao Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Além dos registros visuais, muitas histórias do Festival do Rio, que começou em 1999, foram relembradas pelos mestres de cerimônia Alexandre Nero e Vanessa Giácomo. Uma delas foi a lista de personalidades do cinema mundial que passaram pelo evento neste um quarto de século. Na lista, diretores como Roman Polanski, Costa-Gavras, Tom Tykwer, Dario Argento, Leos Carax, Im Sang-soo, João Pedro Rodrigues, Masahiro Kobayashi, Louis Malle, Carlos Saura, John Waters, Peter Greenaway, Stephen Frears, François Ozon, Todd Solondz e os irmãos Paolo e Vittorio Taviani; além de atores como Jeanne Moureau, Samuel L. Jackson, Marisa Paredes, Jeremy Irons, Forest Whitaker, Kylie Minogue, Willem Dafoe, Charlotte Rampling, Ricardo Darín, Danny Glover, Harvey Keitel, Helen Mirren, Isabelle Huppert e Jane Birkin, entre muitos outros.
E o cinema nacional também foi destacado nos números da Première Brasil, que este ano selecionou 91 títulos de 1108 inscrições, e também nas ações políticas. Esta semana, o PL nº 5497/19, que prorroga a cota de exibição de filmes nacionais em cinemas de todo o Brasil até o ano de 2033, foi aprovada. O Projeto de Lei é de autoria do deputado Marcelo Calero (PSD-RJ), que também compareceu à cerimônia de abertura.
A diretora Walkiria Barbosa destacou a nova sede do Festival do Rio, em um edifício histórico tombado, do século 19, que foi reformado em um tempo recorde de 40 dias. Localizado na Rua do Russel 76, na Glória, ele recebe as palestras, mesas e rodadas de negócios do Rio Market 2023. “Nós queremos, a partir desse evento, dar o primeiro passo efetivo na construção de uma política de Estado para o audiovisual brasileiro. Nós precisamos que todos os ministérios se envolvam com o audiovisual no Brasil. Há exemplos, como fez o governo coreano há alguns anos, que colocou a Coréia no quarto lugar de maior exportador de audiovisual do mundo. Nós podemos chegar lá e vamos chegar!”, afirmou.
Depois, quem tomou a palavra foi a diretora Ilda Santiago. “É especialmente emocionante estar aqui depois de 25 anos. A gente sabe qual foi este trajeto que fizemos. Nós tivemos muita sorte de ter começado e crescido com o cinema brasileiro. De termos construído a Première Brasil, um grande tapete vermelho para as produções nacionais”. Ela relembrou o trabalho de programação de filmes de Fabiano Canosa e Alberto Shatovsky, e falou do orgulho de ver quantos profissionais que hoje se destacam no mercado começaram no Festival do Rio.
A cerimônia também contou com a presença do presidente da Shell, Cristiano Pinto da Costa, que falou sobre a importância da cultura. Depois, aconteceu a exibição de “Atiraram no pianista”, primeira animação a abrir uma edição do evento, que conta a história do músico Tenório Júnior que na década de 1970 foi tocar com Vinicius de Morais na Argentina e acabou desaparecendo.
Agora é hora de acompanhar a programação, que está espalhada por toda a cidade, escolher os filmes (muito deles gratuitos) e curtir. O Festival do Rio é pra você!
Por: Domi Valansi
Foto: Rogério Resende
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